O Brasil é um país único. Um extraterrestre que visitasse nosso planeta, pousando sua nave neste país continental, por certo teria grandes dificuldades para compreender uma nação com tantos e cruéis contrastes.

Paliativos à parte, afinal estamos cansados de assistencialismo, sabemos que só a educação pode reduzir o imenso abismo entre ricos e pobres verificado neste país. Seja no campo público, como no privado, um país é administrado por sua elite, aquilo que ele tem de melhor. Porém, essas elites tendem a se perpetuar gerando todas as mazelas que tão bem conhecemos. Aí entra o papel da educação. Só a educação pode formar novas elites, mais preparadas e mais aptas para aproveitar e oferecer novas oportunidades. A educação é o mais efetivo, senão o único, instrumento de mobilidade social. É o que a história recente ensina.
Se recursos suficientes forem aplicados corretamente, educar um país toma duas gerações, algo de 30 a 50 anos. Um tempo inadmissível. Um tempo que não temos. Mas é o tempo que vamos levar. Foi esse o tempo que levou a Coreia. Vai ser esse o tempo que levará a China.
Analisar as duas últimas postagens dentro deste contexto leva a uma conclusão simples e aterradora. Ninguém liga para a presente situação da educação no país, tampouco para seu papel em nosso futuro. Enquanto todos os esforços deveriam estar concentrados numa saga obstinada de trazer a excelência à educação do país, o que vemos são preocupações difusas de usar a escola como simples ferramenta política.
Pergunto, é função da escola pública empenhar recursos materiais, financeiros e humanos, comprometendo a situação já calamitosa do ensino, para ministrar aulas de religião que de prático servem apenas para selar o apoio da Igreja ao governo?
A resposta não é tão difícil.
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