segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se existe um deus...

Muitas pessoas, pelo menos muitas que eu conheço, ao se depararem com a contradição de suas superstições têm um argumento 'infalível' na ponta da língua:

"Sem deus a vida não teria sentido."

Essas pessoas longe de revelarem um espasmo de lucidez, conseguem mostrar o quão eficiente foi a lavagem cerebral que receberam durante toda sua vida, lavagem essa que faz com que essas pessoas apresentem a própria contradição religiosa como argumento.

E se existe de fato um deus?

Se existe um deus, então a vida não tem nenhum sentido. Quem tem sentido é deus e o nosso sentido provém dele. Não somos mais do que suas cobaias, manipulados daqui pra lá, correndo como hamsters naquelas rodinhas, ignorantes de seus verdadeiros propósitos. Ao seu bel-prazer, somos mortos, escravizados, santificados, até mesmo queimados em fogo eterno, quando falha o experimento.

Se existe um deus, então todos os esforços da humanidade para se entender e se auto-gerir, toda a ciência, toda arte e toda a filosofia, de nada valem, pois podem ser mudados em um segundo.

Se existe um deus, então não existe ética ou moralidade: somente adequação ou não às regras impostas pela divindade.

Se existe um deus e temos o livre-arbítrio, então o arbítrio de livre não tem nada, é uma dádiva da qual só desfrutamos porque nos foi concedida e pode ser tirada tão facilmente quanto.

Se existe um deus, então não vale a pena fazer nada, pois nada faz sentido.

Ateus são acusados de serem niilistas, o que não poderia estar mais longe da verdade. Nada pode ser mais niilista que se submeter a uma ideia, e uma péssima ideia, que prega a anulação daquilo que torna o homem algo maravilhoso.

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