segunda-feira, 9 de julho de 2012

Igreja Universal do Reino de Deus completa 35 anos



A maior denominação neopentecostal do país, a Igreja Universal do Reino de Deus, irá comemorar 35 anos de existência no próximo dia 9 de julho.



Sede mundial da IURD
O jovem evangélico que largou seu emprego para se tornar pastor começou a pregar em um coreto no Jardim do Méier, na zona norte do Rio de Janeiro até ter dinheiro para alugar um galpão para reunir as dezenas de pessoas que acompanhavam seus sermões.

Esse jovem era Edir Macedo, que já era casado e pai de duas filhas. Ele contava com o apoio de seu cunhado, Romildo Ribeiro Soares, que antes frequentavam a Igreja Pentecostal de Nova Vida, liderada na época pelo bispo Roberto McAlister.

Em poucos anos a igreja que recebeu o nome de Igreja Universal do Reino de Deus passou a se espalhar em outros bairros do Rio de Janeiro e também para outras cidades brasileiras.

Mesmo com o desligamento de R.R. Soares (que fundou a Igreja Internacional da Graça de Deus), a IURD não retrocedeu e continuou a conquistar espaço no país.

Logo ela se tornou a segunda maior denominação evangélica do país, sendo a primeira no segmento neo pentecostal  Hoje a Igreja Universal está presente em mais de 180 países, tendo milhões de fiéis que são atraídos pelos trabalhos sociais, campanhas de evangelismo e também pelos programas de televisão e rádio.

Ao longo desses 35 anos a Igreja Universal tem se mantido firme, com um público fiel até mesmo diante de lutas e perseguições, vale lembrar que em 1992 Macedo chegou a ser preso e vem desde então enfrentando muitos processos, acusações que vão pela forma como ele se refere as outras religiões e até mesmo pela forma como prega a chamada Teologia da Prosperidade.

E todo esse 'sucesso' não para por aí. A IURD está construindo uma réplica do templo de Salomão, segundo a Igreja, com pedras trazidas de Israel. Com 55 metros de altura, a obra está está orçada em R$ 200 milhões. O novo templo terá 12 andares, dois subsolos e capacidade para 10 mil pessoas sentadas. Ocupará uma área de 23.194 metros quadrados na zona leste de São Paulo. A previsão é entregar as obras até 2014.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Bóson de Higgs, a origem do nome "a partícula de deus"


A alcunha foi dada pelo prestigiado físico Leon Lederman, vencedor do Prêmio Nobel em Física, pelo fato de o bóson de Higgs ser a partícula que permite que todas as outras tenham diferentes massas.

Ele fez uma analogia com a história bíblica da Torre de Babel, em que deus, num de seus típicos acessos de fúria, faz com que todos falem línguas diferentes.

Da mesma maneira, o Higgs faria com que todas as partículas tivessem massas variadas.

O nome pegou, mas a maior parte da comunidade científica prefere chamar mesmo de bóson de Higgs, para que a brincadeira não distorça o real significado do trabalho de pesquisa ou atribua a ele alguma conotação religiosa imprópria.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pastor que tinha cascavel como sinal de fé morre de uma picada


O pastor Mack Wolford, 44, morreu no domingo (27) em consequência de uma picada da cascavel que com a qual ele celebrava cultos havia anos.

O ataque do bicho ocorreu quando ele falava a fiéis em um culto ao ar livre em Bluefiled, West Virgina (EUA). O pastor foi picado na coxa, quando se sentou ao lado da cascavel. Ele foi levado para a casa de um parente e, depois, às pressas para um hospital. Não houve tempo para neutralizar o efeito do veneno, que destrói o sistema nervoso, causando uma morte dolorosa.

Wolford era conhecido como “Pastor Serpente” por estar sempre acompanhado da cascavel, como faziam antigamente pastores pentecostais.

Ele dizia que a sua fé em Deus o tornava forte diante do Satanás, simbolizado pela serpente. Costumava citar Marcos 16: 17-18: "E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão"

Esse trecho bíblico teria sido a última coisa que Jesus disse aos seus seguidores antes de subir ao céu, após a sua ressurreição. Apesar disso, Wolford tinha um bom motivo para não acreditar nessa conversa: quando ele tinha 15 anos, seu pai, um pastor, morreu justamente por causa da picada de uma serpente.

Mãe do pastor já temia o pior
Veneno da cascavel corre nas veias de Wolford 
Pastor é levado para casa de um parente
Música gospel para tentar a cura do pastor
Wolford é levado para o hospital, mas já era tarde.
e.t.: a cascavel passa bem.

sábado, 12 de maio de 2012

Padre pede à Diocese para que meça seu ânus, para provar não ser gay

O padre espanhol Andreas Garcia Torres (na foto, à direita), 46, disse que, para convencer seus superiores da diocese de que não é gay, pediu a eles que medissem o seu ânus “para ver se está dilatado”.
Torres foi afastado de sua paróquia, na cidade de Fuenlabrada, perto de Madri, sob a suspeita de ser homossexual por causa de uma foto que saiu na internet na qual ele e Yannick Delgado (foto), um seminarista de 28 anos de Cuba, estão abraçados sem camisa. A foto foi tirada no ano passado no Santuário de Fátima, Portugal.
Torres afirmou ser vítima de calúnia. “Tenho uma amizade normal com este menino. Este foi o único dia que eu estive com ele. Tiramos uma foto de nós mesmos, sem camisas, e foi isso que deu origem à confusão.”A diocese de Getafe exigiu que o padre fizesse exames para verificar se tem o vírus HIV e o encaminhou a um tratamento psiquiátrico. “O psiquiatra me perguntou de forma humilhante se os meus pais me tinham estuprado quando era criança ou se eu os tinha visto ter relações sexuais”, disse.
O padre afirmou confiar no diagnóstico da medição do ânus porque, segundo ele, trata-se de uma técnica cuja eficácia já foi provada em terapia de pessoas que deixaram de ser gay.
Até que estourasse o escândalo, a comunidade gay acusava Torres de ser homofóbico porque ele tem textos na internet segundo os quais os homossexuais são “intrinsecamente maus e perversos”.
Delgado disse não saber quem colocou a foto na internet. “Ela estava no meu computador, e eu nem sequer a postei no Facebook”, disse. Ele considera o padre como “um pai adotivo”.Os fiéis fizeram um abaixo assinado para que Torres volte à paróquia. O padre, que resistiu em entregar a chave da igreja, disse que se queixou diretamente com o Vaticano.
A diocese comunicou que Torres foi afastado por “problemas pastorais”.
Fonte: Pragmatismo Político

quinta-feira, 29 de março de 2012

Se ateus se equiparassem...

Praticante do candomblé, aluno de SP diz sofrer bullying após aula com leitura da Bíblia


Suellen Smosinski
Do UOL, em São Paulo
 

Um estudante de 15 anos teria sido alvo de bullying em uma escola estadual de São Bernardo do Campo por causa de sua religião – o candomblé. As provocações começaram após o jovem se recusar a participar de orações e da leitura da Bíblia durante as aulas de história, ministradas por uma professora evangélica. O aluno cursa o 2º ano do ensino médio na escola Antonio Caputo, no Riacho Grande.

Segundo o pai do aluno, Sebastião da Silveira, 63, faz dois anos que o filho comenta que a professora utilizava os primeiros vinte minutos da aula para falar sobre a sua religião. “O menino reclamava e eu dizia para ele deixar isso de lado, para não criar caso. Ela lia a Bíblia e pedia para os alunos abaixarem a cabeça, mas isso ele não fazia, porque não faz parte da crença dele”, disse.

Silveira acredita que a atitude da professora incentivou os alunos a iniciarem uma “perseguição religiosa” contra seu filho. “No fim de fevereiro, comecei a achar meu filho meio travado, quieto. Um dia ele me ligou pedindo para eu ir buscá-lo na escola, quando cheguei lá tinham feito uma bola de papel cheia de excremento pulmonar e tacaram nas costas dele. Cheguei na escola e ele estava todo sujo”, contou.

Em outro episódio, fizeram cartazes com a foto de um homem e uma mulher vestindo roupas características do candomblé e escreveram que aqueles eram os pais do estudante. A pedido da família, o menino foi trocado de sala, mas não quer mais ir para a escola e apresenta problemas de fala, como gagueira, e ansiedade.

O pai disse que foi até a unidade de ensino para conversar com a professora de história sobre as orações antes da aula: “Ela se mostrou intransigente e falou que era parte da didática dela. Eu disse que se Estado é laico, alunos de todas as religiões frequentam as aulas e devem ser respeitados, mas ela afirmou que não ia parar”. Silveira já fez um boletim de ocorrência e pretende procurar o Ministério Público hoje (29) para pedir garantias na segurança do filho.

Segundo a presidente da Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro, Maria Emília Campi, o bullying não foi só com o aluno, foi com a família toda. “A partir do momento que você tem professores que assumem uma posição religiosa dentro da sala de aula, exigindo uma atitude de submissão, a gente percebe que fica muito mais difícil combater o preconceito, porque a escola está incentivando o bullying”, afirmou. 

Secretaria investiga o caso

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou, em nota, que “a Diretoria Regional de Ensino de São Bernardo do Campo instaurou uma apuração preliminar para verificar se procede a alegação do aluno”. Segundo a secretaria, uma equipe de supervisores foi até a unidade na terça-feira (27), para averiguar as primeiras informações.

De acordo com a nota, o proselitismo religioso nas unidades estaduais é vetado, em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases.

A reportagem do UOL entrou em contato com a diretora da escola. Ela não quis se pronunciar, mas disse que todas as informações sobre o caso seriam repassadas pela Secretaria de Educação.

sexta-feira, 2 de março de 2012

MP entra na Justiça para derrubar lei que obriga estudantes de Ilhéus a rezarem o "Pai Nosso"

Anderson Sotero 
Do UOL, em Salvador 
 
O MP-BA (Ministério Público da Bahia) decidiu nesta sexta-feira (2) propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei do município de Ilhéus, no sul da Bahia, que obriga alunos a rezarem o “Pai Nosso” todos os dias antes das aulas. Com pedido de liminar perante o Tribunal de Justiça da Bahia, a ação contesta a Lei nº 3.589/2011, publicada no Diário Municipal de Ilhéus, em 12 de dezembro de 2011, após sanção do chefe do Executivo e aprovação pela Câmara de Vereadores.

Na ação, o órgão, através do procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos, Rômulo de Andrade Moreira, e do assessor especial da Procuradoria Geral de Justiça, promotor de Justiça Cristiano Chaves de Farias, pede concessão de medida cautelar com objetivo de suspender “os efeitos da lei municipal na data da publicação”. Além disto, requer que seja julgado procedente o pedido e declarada a inconstitucionalidade total da lei.


“É uma lei que viola de modo explícito normas das Constituições Federal e Estadual por afrontar diretamente a liberdade de religião e culto”, informou a assessoria do MP.


“É evidente que a oração ‘Pai Nosso’ faz parte da liturgia do cristianismo, sendo, portanto, indiferente a outras crenças e religiões. Por isso, é mister fazer críticas ao parecer do relator da Comissão de Justiça da Câmara de Vereadores de Ilhéus que aprovou a tramitação da lei ao afirmar que independente de crença ou religião, o Pai Nosso é a oração que todos devem fazer antes de iniciar suas atividades. A imposição de um determinado culto religioso por parte do Estado ofende de forma manifesta os direitos individuais e a dignidade da pessoa humana”, disse o procurador-geral para Assuntos Jurídicos.


Moreira e Chaves destacaram, ainda, o aspecto “medieval” da lei por obrigar os cidadãos a participarem, independente da vontade. “A lei segue uma via contrária de direito a uma verdadeira emancipação política e sociocultural estabelecida nos atuais moldes do Estado laico e democrático”, afirmou Chaves. O
UOL tentou entrar em contato com a Prefeitura de Ilhéus para comentar a ação do MP, mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Custo dos abusos sexuais para a Igreja supera US$ 2 bilhões

UOL Notícias
08.02.2012 - 17h23

CIDADE DO VATICANO, 8 Fev 2012 (AFP) -O custo financeiro direto do escândalo de pedofilia supera para a Igreja Católica 2 bilhões de dólares, embora não seja comparável à "perda da inocência" das vítimas, disseram nesta quarta-feira dois especialistas em um simpósio sobre o tema em Roma.

"É provavelmente razoável estimar que o verdadeiro custo da crise, (o dinheiro) que a Igreja teve que desembolsar em nível internacional, se situe muito acima dos 2 bilhões de dólares", indicaram os americanos Michael J. Bemi e Patricia Neal, durante uma conferência organizada na Universidade Gregoriana de Roma.

A soma inclui as indenizações e o custo ligado às investigações, aos julgamentos e aos tratamentos das vítimas.

Mas existem outros custos, que correspondem ao que poderia ter sido feito "com o dinheiro perdido para sempre": "Quantos hospitais, seminários, escolas, abrigos para mulheres maltratadas e seus filhos, estruturas de alimentação, clínicas gratuitas, etc., poderíamos ter construído?", perguntaram.

"Mas não há comparação possível", disseram, "entre qualquer quantia em dinheiro e a perda da inocência de crianças e adultos vulneráveis", que são dezenas de milhares.

Os dois especialistas, que estão à frente dos programas VIRTUS do National Catholic Services de proteção à infância, detalharam todos os males psicológicos das vítimas, os custos de longos tratamentos e os danos causados no seio das famílias.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Chico Xavier: charlatão ou vítima de auto-engano

Chico Xavier tornou o Brasil o país com a maior população espírita do mundo. Seus livros (apesar de em nenhum deles seu nome aparecer como autor) venderam mais de 50 milhões de cópias, segundo números da Federação Espírita Brasileira. e ele não teria ganhado NADA com a venda das obras. Suas psicografias são tão famosas que uma delas chegou a ser usada como prova para absolver um assassino! Certamente um dos casos mais bizarros da história da justiça brasileira.

Porém, Chico Xavier sempre levantou suspeitas dos mais céticos. Não interessa quais são os seus interesses e, lembrando o Maquiavel, os fins justificam os meios. Ele se promoveu com isso e nunca ninguém provou a sua “mediunidade”. Tudo é baseado estritamente na fé de seus “seguidores”. E uma de suas supostas habilidades mais famosas é sua capacidade de “psicografar” cartas. Nesse tipo de trabalho Chico Xavier atendeu milhares de pessoas que queriam conversar com parentes e amigos mortos. E aí? E aí que ele o fez, mas infelizmente (com solidariedade ou não) Chico Xavier nunca esteve certo e existem várias evidências de que ele teria usado leitura fria e falsificado assinaturas. Podemos ver aqui um exemplo:

Por mais que Chico Xavier tenha feito grandes trabalhos filantrópicos e assistenciais qual seria o motivo para falsificar assinaturas? O mesmo parece responder:

A verdade que fere é pior do que a mentira que consola… entenda quem puder – O Evangelho segundo Chico Xavier (2000)

Bom lembrar que o Chico Xavier não era um analfabeto e nem chegava a ser um semi-analfabeto. Mesmo estudando apenas até a quarta série sempre foi um leitor voraz a ponto de ter uma vasta biblioteca em casa, com inclusive livros em inglês, francês, italiano e até hebraico. Ah, sim, mas ele tem pouco conhecimento, né? Inocente é quem acredita nesse papo.

Mas provavelmente nada, mas nada é tão tosco quanto acreditar nas “materializações de espíritos” como por exemplo isso aqui:



Ou ainda isso: 

ou isso:

Chico em ação, conversando com o espírito da Freira Josefa...  Fotos publicadas na década de 1960 pela revista “O Cruzeiro” sobre a farsa das “materializações” em Uberaba envolvendo a médium Otília Diogo e os mais famosos Chico Xavier e Waldo Vieira... 




Na imagem acima podemos ver Vieira (esquerda) e Xavier (direita) oferecendo um livro ao que seria a materialização da irmã Josefa, o espírito de uma freira, através de Otília Diogo. Se você achava pessoas cobertas de lençóis brancos como fantasmas algo digno de desenhos animados infantis, um estereótipo cômico, em verdade tal ícone moderno representando fantasmas se baseia em “sessões de materialização” como esta, levadas muito a sério por espiritualistas. Elas eram mais comuns em fins do século 19 na Europa e EUA, mas mesmo nestas partes do mundo, e principalmente no Brasil, se prolongam até hoje...O espírito branco na foto acima está dentro de uma “jaula”, em uma série de salvaguardas que supostamente evitariam “possíveis fraudes”. Fato é que não evitaram. A equipe de “dezenove médicos pesquisadores”, contando ainda com a participação registrada, que enfatizamos ainda outra vez, de Chico Xavier e Waldo Vieira, ao longo de três meses apenas endossou como autêntica uma fraude que viria a ser exposta mais claramente alguns anos depois, noticiada pelo próprio Cruzeiro.. 


Na imagem acima, além dos véus “trespassados” pelas grades, também se vê muito claramente a viseira que o “espírito” possuía no véu que cobria a cabeça – algo absurdo para um espírito, mas muito necessário a uma pessoa – bem como o fato de que o “espírito”, como notou Vieira, era tanto um ser igual a qualquer outro que podia segurar um livro muito material em suas mãos. Na foto à esquerda ainda se notam as mãos e dedos de carne e osso...


“Irmã Josefa”... Da quadrilha de Chico Xavier... 
"Isso não prova que as imagens são falsas!"

Muito menos prova que são verdadeiras. Espírito se materializar? Sempre ouvi dizer que eles são imateriais mas com o espiritismo eles se materializam… E até seguram livros. Ou seja, eles desafiam a Segunda Lei da Termodinâmica e convertem em matéria aquilo que não é material. O mito do milagre de Cristo em transformar água em vinho não é nada perto desse de transformar o nada num troço material com tamanho e massa de uma pessoa envolto de um lençol ou gaze. Provas? Algum cientista foi lá com uma tesoura retirar um pedaço do lençol ectoplasma [sic] para examinar? Não. Eles simplesmente não deixam e as poucas pessoas que já tocaram nisso disseram que parece lençol. E de fato o é.

Agora fica a pergunta: Chico Xavier era charlatão ou vítima de auto-engano? Se ele enganou esse tempo todo porque o fez? Para confortar? Bem, não sou do tipo que “mente para confortar”, pois acredito que uma verdade dolorosa sempre vale mais. O fato é que Chico Xavier não era médium, não era semi-analfabeto (o cara lia até hebraico) e mentiu (ou o fizeram mentir) sobre materializações de espíritos. Se a venda de seus livros “ajudam mais 100 mil famílias” como dizem pode ser um lado muito positivo, assim como o fato dele ter aberto mão de se tornar um milionário (ao contrário do fazem escritores-médiuns atuais). Apesar de que não abro mão de questionar tudo isso.

O Chico Xavier pode ter sido duas coisas então: 1. Ele foi um charlatão atrás de fama mas não de dinheiro e quis ajudar os pobres mesmo mentindo. 2. Ele teve auto-engano e os outros deram corda para isso. Em tanto um caso como outro Chico Xavier demonstrou desonestidade. Ainda que seja para causas filantrópicas. Pois no caso do segundo acho IMPOSSÍVEL ele não ter se tocado que, por exemplo, no caso de materializações de espíritos ele não tenha percebido que tal fantasma era apenas uma pessoa coberta com um lençol ou toda enfaixada com gaze. Ele levou tudo isso até depois dos 90 anos. Agora ele já não está mais entre nós, suas citações profundas e elegantes circulam pela web e ainda são usadas em vinhetas de alguns programas de televisão. De um jeito ou de outro Chico Xavier, infelizmente, deixou um grande legado para charlatões.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Preconceito social faz famílias afegãs criarem meninas como meninos

AFEGANISTÃO - Quando Azita Rafhat, uma ex-parlamentar afegã, prepara as suas filhas para a escola de manhã, ela veste uma delas de forma diferente.

Três meninas usam roupas brancas e cobrem seus rostos com véus. Mas Mehrnoush, a quarta menina, veste terno e gravata. Na rua, Mehrnoush não é mais uma menina, e sim um rapaz chamado Mehran. 

Azita Rafhat não teve filhos homens, e para evitar as provocações que famílias assim sofrem no Afeganistão, ela tomou a decisão radical de mudar a criação de Mehrnoush. 

Esse tipo de atitude não é incomum no país..Existe até mesmo um termo, 'Bacha Posh', para meninas que são vestidas como garotos

"Mesmo que você tenha uma boa posição no Afeganistão e está bem de vida, as pessoas veem você de forma diferente (se não tiver um filho homem). Elas dizem que a sua vida só é completa se você tem um filho", diz Azita. 

Sempre houve preferência por meninos no Afeganistão, por motivos tanto econômicos quanto sociais. 

O seu marido, Ezatullah, acredita que ter um filho é um sinal de prestígio e honra.

"As pessoas que nos visitavam sempre diziam: 'Oh, lamentamos que vocês não têm um filho.' Então imaginamos que seria uma boa ideia vestir nossa filha assim, já que ela também queria."

Economia
Muitas meninas vestidas de rapazes andam pelas ruas no Afeganistão. Algumas famílias optam por esse caminho para permitir que elas consigam empregos em lugares públicos, como em mercados, já que mulheres não podem trabalhar na rua. 

Em alguns mercados de Cabul, um grupo de meninas, com idade entre cinco e 12 anos, se apresenta como meninos e vende água e chiclete. No entanto, nenhuma quis dar entrevista sobre o assunto. 

A tradição não dura por toda a vida. Aos 17 ou 18 anos, as jovens voltam a assumir uma identidade feminina. Mas essa mudança não é nada simples. 

Elaha mora em Mazar-e-Sharif, no norte do Afeganistão. Ela viveu como menino por 20 anos, porque sua família não tinha filhos homens. Apenas há dois anos, quando entrou na universidade, é que ela passou a se vestir como mulher. 

No entanto, ela ainda não se sente totalmente feminina. Alguns de seus hábitos não são típicos de garotas, e ela diz que não pretende se casar. 

"Quando eu era criança, meus pais me vestiam de menino porque eu não tinha um irmão. Até recentemente, vivendo como menino, eu saia para brincar com outros garotos e tinha mais liberdade." 

Contra sua própria vontade, ela voltou a viver como mulher, e diz que só aceitou voltar porque se trata de uma tradição social. No entanto, ela se diz revoltada com a forma como as mulheres são tratadas pelos seus maridos no Afeganistão. 

"Às vezes, eu tenho vontade de me casar e bater no meu marido, só para compensar a forma como as outras mulheres são tratadas em casa." 

História comum
Atiqullah Ansari, diretor da famosa mesquita de Mazar-e Sharif, diz que a tradição é parte de um apelo que se faz a Deus. 

As famílias que não têm filhos homens vestem as meninas assim como forma de pedir a Deus por um bebê homem. 

Mães que não têm filhos homens visitam o templo de Hazrat-e Ali para fazer o pedido a Deus.
Ansari conta que de acordo com o Islã, as meninas que vivem como garotos precisam cobrir o rosto quando amadurecem. 

No Afeganistão, histórias assim têm se tornado cada vez mais comuns. É comum pessoas conhecerem parentes ou vizinhos que já passaram por isso. 

Fariba Majid, que dirige o Departamento de Direitos da Mulher da Província de Balkh, diz que ela própria já passou por isso, e quando era criança era chamada pelo nome masculino de Wahid. 

"Eu era a terceira filha na minha família, e quando nasci, meus pais decidiram me vestir de menino", afirma.
"Eu podia trabalhar com meu pai em sua loja ou até mesmo ir para Cabul para comprar coisas para a loja." 

Ela disse que a experiência a ajudou a ganhar confiança e permitiu que ela chegasse onde está hoje. 

Segredo
A própria ex-parlamentar Azita Rafhat, mãe de Mehrnoush, também já passou por isso. 

"Deixe-me contar um segredo", ela afirma. "Quando eu era criança, eu vivi como garoto e trabalhava com meu pai. Eu tive a experiência tanto do mundo masculino quanto feminino, e isso me ajudou a seguir uma carreira com ambição." 

A tradição existe há séculos no Afeganistão. De acordo com o sociólogo Daud Rawish, de Cabul, isso pode ter começado durante períodos de guerra no passado, quando mulheres eram vestidas de homens para poderem ajudar a combater os inimigos. 

Mas nem todos toleram esse tipo de tradição. O diretor da Comissão de Direitos Humanos da Província de Balkh, Qazi Sayed Mohammad Sami, disse que a prática é uma violação de direitos fundamentais. 

"Nós não podemos mudar o gênero de alguém só por um tempo. Isso é contra a humanidade", afirma ele.
A tradição teve efeitos devastadores em algumas meninas, que sentem um conflito de identidades e acreditam ter perdido parte fundamental de suas infâncias.

Para outras, a experiência foi positiva, já que elas tiveram liberdades que nunca exerceriam, caso tivessem sido criadas apenas como garotas.