Essa máxima, presente em quase todas as religiões, sempre me intrigou. Amar o semelhante significa que não devemos amar o diferente?
A religião sempre se apresentou como amor ao próximo, mas na verdade sempre pregou o ódio ao distante. Uma leitura rápida dos livros sagrados, sejam eles de que religião forem, mostra que essa interpretação está correta. Algumas vezes velada, outra disfarçada mas sempre correta.
Para ficar apenas com a bíblia, o velho testamento desfila centenas de passagens de intolerância contra qualquer um que não professasse a fé do 'povo escolhido' por mais inofensivo que fosse.Casamentos proibidos (coitadas das cananeias), matanças de crianças, escravidão, pode escolher.
E para desespero dos relativistas, que convenientemente segregam o novo testamento, apoiando-se na palavra de Jesus supostamente cheia de amor, vale lembrar que o gajo também não se afinava muito com a diferença de opinião. Disse que judeus não convertidos seriam lançados nas trevas exteriores e coroou como a pérola: "Quem não é comigo é contra mim."
Quem tiver tempo, paciência ou curiosidade que continue a leitura pelo corão, torá, vedas e por aí afora...
Para os que acreditam (e pregam) que isso é coisa de antigamente, esta semana tivemos mais uma demonstração da mais pura intolerância, não religiosa, mas racial advinda da religião.
Judeus ortodoxos do grupo Lehava pediram à modelo israelense Bar Refaeli para que não se case com o ator americano Leonardo di Caprio, porque este não é de origem judaica e a união dos dois contribuiria para a extinção dos hebreus de 'puro sangue'.

Segundo o jornal Ha'aretz, recentemente a modelo recebeu uma carta do colono ultraortodoxo Baruch Marcel, que, em nome do grupo Lehava, pede que ela não se case com o protagonista de Titanic, para "não danar as gerações futuras" ao misturar seu sangue com o de um "gentio" (não judeu).
"Você não nasceu judia por acaso", diz Marcel na carta, na qual acrescenta: "Seu avô e sua avó não sonharam que um descendente tiraria futuras gerações da família do povo judeu".
O autor da carta assegura não ter nada contra Di Caprio nem duvida que ele seja "um ator com talento". Mas avisa que "a assimilação foi sempre um dos inimigos do povo hebreu" e faz um apelo para que a modelo pense com a razão e "olhe para frente e para trás, e não apenas para o presente".
Segundo o Ha'aretz, o Lehava é uma organização que se dedica a "oferecer assistência" a mulheres judias que mantêm relações" com "não judeus" para evitar que casamentos sejam consumados, especialmente se aqueles forem árabes.
"Você não nasceu judia por acaso", diz Marcel na carta, na qual acrescenta: "Seu avô e sua avó não sonharam que um descendente tiraria futuras gerações da família do povo judeu".
O autor da carta assegura não ter nada contra Di Caprio nem duvida que ele seja "um ator com talento". Mas avisa que "a assimilação foi sempre um dos inimigos do povo hebreu" e faz um apelo para que a modelo pense com a razão e "olhe para frente e para trás, e não apenas para o presente".
Segundo o Ha'aretz, o Lehava é uma organização que se dedica a "oferecer assistência" a mulheres judias que mantêm relações" com "não judeus" para evitar que casamentos sejam consumados, especialmente se aqueles forem árabes.
O que mais me parece absurdo é o uso da expressão 'puro sangue" digna do autor de Mein Kempf que tanto mal causou justamente aos judeus. Será que os judeus esqueceram o mal que a segregação racial provocou a sua gente?
Ou será que aprenderam com ela?
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